O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) divulgou, na terça-feira, 3 de junho, o resultado da chamada de Atração e Fixação de Talentos, vinculada ao programa Conhecimento Brasil. A iniciativa selecionou 599 propostas de pesquisadores brasileiros que atuam ou concluíram doutorado ou pós-doutorado no exterior desde 2019.
Os projetos aprovados, que terão duração de até cinco anos, envolvem cientistas que residem em 34 países, sendo os Estados Unidos (12,8%), Alemanha (7,3%), França (4,6%), Portugal e Inglaterra (4,1% cada) os principais locais de origem dos participantes, vinculados a instituições renomadas como Harvard, Oxford, Cambridge, Karlsruhe, Lisboa e Porto.
O investimento total para esta etapa será de R$ 604 milhões, valor destinado ao custeio das pesquisas, remuneração dos cientistas e às instituições envolvidas. Do total de projetos selecionados, 566 serão realizados em universidades e centros de pesquisa do país (linha 1) e 33 terão execução em empresas (linha 2). A distribuição regional reservou 32% dos projetos para instituições localizadas no Nordeste (126), Centro-Oeste (43) e Norte (23), superando a exigência de destinar pelo menos 30% dos recursos a essas regiões.
O programa Conhecimento Brasil, criado em julho de 2023, já recebeu mais de 2.500 candidaturas de pesquisadores brasileiros em 56 países, interessados em retornar ou colaborar com instituições e empresas nacionais.
Além da chamada para repatriação de talentos, outra linha do programa — voltada à formação de redes com pesquisadores brasileiros no exterior — aprovou 640 projetos, com investimento de R$ 228,5 milhões. Desses, 217 estão sob coordenação de instituições nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, que juntas receberam R$ 76,4 milhões, equivalente a 33,45% do montante aplicado.
Em 28 de maio, o Conselho Diretor do FNDCT autorizou a ampliação do programa, que agora também abrangerá ações voltadas à permanência de jovens cientistas e recém-doutores, visando conter a evasão de talentos.
O presidente do CNPq, Ricardo Galvão, destacou a aceitação da iniciativa pela comunidade acadêmica. A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e o diretor científico do CNPq, Olival Freire Jr., também ressaltaram a importância estratégica da mobilização da diáspora científica brasileira.
Por Eduardo Souza
Com informações: Agência Gov
Foto: Divulgação/MCTI
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