Você já ouviu falar em adultos usando chupeta? Pois é, essa tendência tem ganhado força principalmente na China e na Coreia do Sul, chegando até às redes sociais. Dizem que ajuda a reduzir a ansiedade, evitar o ranger de dentes, controlar o desejo de fumar e até silenciar o ronco do parceiro. Mas será que isso realmente funciona? E quais os riscos para a saúde física e mental?
Especialistas brasileiros ouvidos pela reportagem alertam: o uso de chupetas na fase adulta pode ser um “mal para resolver outro mal”. O hábito pode provocar problemas na saúde bucal, como retração gengival, mordida aberta e disfunção na articulação da mandíbula. Além disso, há o risco de desequilíbrio psicológico, já que a chupeta pode virar uma espécie de “bengala” para lidar com a ansiedade, em vez de um tratamento real.
Um estudo da USP ainda aponta uma curiosidade preocupante: crianças que usam chupeta por mais de dois anos têm até cinco vezes mais chance de se tornarem fumantes na adolescência ou vida adulta. Ou seja, o hábito infantil pode influenciar comportamentos futuros.
Do ponto de vista psicológico, o uso de chupeta em adultos pode indicar uma dificuldade em equilibrar três “partes” da personalidade humana: o id (impulsos primitivos), o superego (regras sociais e morais) e o ego (a razão que tenta conciliar os dois). Para o presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, Antônio Geraldo, esse desequilíbrio merece atenção e pode ser tratado com psicoterapia especializada.
No fim das contas, a chupeta para adulto pode até parecer uma solução rápida para o estresse, mas os médicos reforçam que buscar ajuda profissional é o melhor caminho para cuidar da saúde mental e física. Afinal, hábitos que parecem inocentes podem esconder riscos maiores do que imaginamos.
Com informações do G1/ Foto: Freepik
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