A região Sul do Brasil registrou um aumento expressivo nos casos de coqueluche. Em 2024, foram quase 3.600 notificações da doença, número muito superior aos 42 casos registrados em 2023. Em 2025, até o início de abril, já foram contabilizadas 567 ocorrências, sinalizando a continuidade da preocupação com a disseminação da infecção bacteriana.
A coqueluche, também conhecida como tosse comprida, é uma enfermidade causada por bactéria que provoca sintomas semelhantes aos de um resfriado, mas pode evoluir de forma grave, especialmente em bebês com menos de um ano de idade e em pessoas com baixa imunidade ou condições como asma. A vacinação é a principal medida de prevenção, sendo oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A imunização contra a coqueluche inclui as vacinas dTpa (para adultos, com proteção contra difteria, tétano e coqueluche), penta (com cinco componentes, aplicada aos 2, 4 e 6 meses) e DTP (usada como reforço aos 15 meses e aos 4 anos). Gestantes devem tomar a vacina dTpa a partir da 20ª semana de gestação, o mesmo valendo para profissionais de saúde que atuam com recém-nascidos e parteiras tradicionais. A partir dos 7 anos, recomenda-se a vacina dT (difteria e tétano), com reforços a cada 10 anos.
A técnica em enfermagem Bianca Jost, da cidade de Três de Maio, no Rio Grande do Sul, destacou a importância da imunização, lembrando que mesmo doenças aparentemente raras ainda circulam. “Tivemos um caso recente de coqueluche numa cidade vizinha. É por isso que precisamos manter as vacinas em dia”, alertou.
O infectologista Luiz Otávio, do Centro de Testagem e Aconselhamento de Curitiba, reforçou a ideia de que a vacinação não se limita à proteção individual. Segundo ele, quando a maioria da população está imunizada, forma-se uma barreira coletiva que interrompe a cadeia de transmissão e reduz internações e mortes.
A coqueluche não é a única doença coberta por essas vacinas. A difteria, por exemplo, também é combatida com a vacinação e tornou-se rara no Brasil após campanhas regulares. No entanto, especialistas alertam que a ausência de imunização pode fazer com que doenças controladas voltem a se espalhar.
A população deve procurar uma unidade de saúde com a Caderneta de Vacinação ou documento com foto para checar se há vacinas pendentes e garantir a proteção completa contra essas infecções.
Por Eduardo Souza
Com informações: Brasil 61
Foto: Sesa/PR