A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o senador Jorge Seif (PL-SC) apresente, em até quinze dias, explicações sobre declarações feitas contra a jornalista Miriam Leitão no plenário do Senado, em março deste ano. Na ocasião, ao defender anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de Janeiro, Seif afirmou que Miriam teria sido anistiada durante a ditadura militar, o que não é verdadeiro.
Segundo o histórico, Miriam Leitão foi presa em 1972, quando integrava o movimento estudantil no Espírito Santo e estava grávida do primeiro filho. Ela permaneceu três meses em um quartel do Exército em Vila Velha (ES), onde sofreu torturas, incluindo agressões físicas, ameaças e violência psicológica. Foi acusada de atividades políticas contra a ditadura, mas absolvida pelo Superior Tribunal Militar em 1974, cinco anos antes da Lei da Anistia.
A defesa da jornalista acusa o senador de calúnia e difamação, apontando que ele distorceu fatos para criar uma falsa equivalência entre Miriam e apoiadores do golpe de 8 de Janeiro. A interpelação no STF é considerada um primeiro passo para eventual processo judicial. Após parecer da Procuradoria-Geral da República, Cármen Lúcia ordenou que o parlamentar se manifeste formalmente.
Da Redação
Com informações do Estado de Minas.
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