Os ministros das Finanças e presidentes dos Bancos Centrais dos países do Brics divulgaram, no sábado, dia 5 de julho, um documento conjunto em que condenam medidas tarifárias unilaterais que afetam o comércio internacional. Embora não tenha sido feito um apontamento direto, a crítica se refere às políticas de elevação de tarifas adotadas pelos Estados Unidos, especialmente desde o início do mandato de Donald Trump. A reunião foi realizada no Rio de Janeiro, como preparação para a Cúpula de Chefes de Estado do Brics, que acontece nos dias 6 e 7 de julho.
O grupo defendeu a preservação de um sistema comercial multilateral justo, inclusivo e baseado em regras, tendo a Organização Mundial do Comércio (OMC) como pilar central. O comunicado oficial reforçou o compromisso dos países-membros em evitar disputas comerciais que possam desestabilizar a economia global e prejudicar a retomada do crescimento. Os representantes reiteraram que a cooperação entre países e o respeito às normas internacionais são fundamentais para um comércio equilibrado e transparente.
Além do texto principal, foram publicados dois documentos adicionais. O primeiro trata da necessidade de reforma do sistema financeiro global, com destaque para a atualização das cotas de participação no Fundo Monetário Internacional (FMI). Os ministros afirmaram que a atual distribuição de poder no organismo não reflete o crescimento das economias emergentes e pediram uma nova fórmula de cálculo que leve em consideração fatores como o PIB ajustado pela Paridade do Poder de Compra (PPP). O segundo documento aborda a cooperação tributária internacional, defendendo maior transparência, combate à evasão fiscal e repressão a práticas prejudiciais, com foco em patrimônios elevados e fluxos ilícitos.
Outro ponto de destaque na declaração ministerial foi o apoio à realização da COP 30, marcada para novembro deste ano em Belém. Os líderes econômicos do Brics defenderam maior protagonismo dos Ministérios da Fazenda e dos Bancos Centrais nas negociações sobre financiamento climático. O bloco reiterou que a meta global de US$ 1,3 trilhão em financiamento para ações ambientais exige engajamento multissetorial, inclusive em questões estruturais como biodiversidade, digitalização e erradicação da pobreza, reforçando que esses desafios também representam oportunidades para o desenvolvimento sustentável.
Da redação do Jornal Panorama
Com informações: Agência Brasil
Imagem: Lucas Landau/MF
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