Na sexta-feira, 28 de março de 2025, a partir das 10 horas, a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realiza uma audiência pública para discutir os impactos socioambientais de uma ferrovia de curto alcance planejada pelo grupo Cedro Participações. O projeto conecta os municípios de Mateus Leme e São Joaquim de Bicas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e visa o escoamento de minério de ferro até o Porto de Itaguaí, no Rio de Janeiro. Solicitada pela deputada Beatriz Cerqueira (PT), a audiência atende a um pedido do vereador Rafael Webert (PV), de Igarapé.
Denominada “short line”, a ferrovia, com extensão de 32 km, é a primeira do tipo no Brasil e já possui autorização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Apesar disso, autoridades de Igarapé apontam a falta de esclarecimentos sobre os impactos ambientais e sociais da obra. Moradores relataram ao gabinete da deputada Beatriz Cerqueira que representantes do grupo Cedro têm visitado residências para discutir o projeto, mas sem garantir o direito à informação ambiental adequada.
Prefeitos e vereadores das cidades diretamente afetadas, como Itaúna, Igarapé, Mateus Leme e São Joaquim de Bicas, foram convidados para participar da audiência. Também estarão presentes os titulares das secretarias estaduais de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias, Marília de Melo e Pedro de Souza, respectivamente, além dos promotores Luciano Martins e Lauro Coelho Júnior.
A reunião busca oferecer maior transparência sobre o projeto e promover o diálogo entre o grupo empresarial, o Poder Público e a população. A instalação da ferrovia promete impulsionar o transporte na região Sudeste, mas levanta preocupações sobre seus efeitos no meio ambiente e nas comunidades locais.
Com debates como este, a ALMG reafirma seu papel de mediar interesses coletivos, garantindo que empreendimentos de grande porte sejam acompanhados de ações que priorizem o bem-estar socioambiental e a proteção dos cidadãos envolvidos.
Por Eduardo Souza
Com Informações: Assembleia Legislativa de Minas Gerais
Foto: Luiz Santana