Andrey Guilherme Nogueira de Queiroz, de 21 anos, admitiu ter cortado as patas de um cavalo durante uma cavalgada realizada no último fim de semana em Bananal, no interior de São Paulo. O caso, registrado em vídeo e amplamente divulgado nas redes sociais, causou indignação pública e está sendo investigado pela Polícia Civil como possível crime de maus-tratos.
Segundo Andrey, ele teria cometido o ato em um momento de embriaguez e descontrole emocional. “Foi um ato de transtorno. Em um momento embriagado, transtornado, eu peguei e cortei por cortar. Foi um ato cruel”, disse em entrevista.
Apesar da confissão, o jovem afirma que o animal já estava morto no momento em que foi mutilado. A polícia investiga essa versão, pois há suspeitas de que o cavalo ainda estivesse vivo quando teve as patas cortadas.
Testemunhas relataram que o animal, um cavalo branco, teria se deitado por exaustão durante os cerca de 14 quilômetros de percurso e falecido pouco depois. Imagens do animal mutilado, divulgadas nas redes sociais, causaram comoção e foram repudiadas por internautas e figuras públicas como a cantora Ana Castela e o influenciador Gustavo Tubarão.
Andrey, que se apresenta como boiadeiro e afirma ter crescido cuidando de animais, diz estar arrependido e se sente injustamente julgado. “Estão me acusando de um ato que eu não fiz. Muitas pessoas estão me julgando e falando que eu sou um monstro. Eu não sou um monstro”, declarou. Ele também afirmou estar recebendo ameaças e demonstrou preocupação com a repercussão do caso.
Análise jurídica: punição considerada branda
O advogado Dr. Gustavo Velásquez comentou o caso em seu perfil profissional e destacou o que considera uma fragilidade na legislação brasileira. De acordo com ele, a pena atual para maus-tratos a animais, mesmo em casos graves como esse, é considerada baixa.
“A pena varia de três meses a um ano. Caso resulte na morte do animal, essa pena pode ser aumentada de um sexto a um terço, ou seja, no máximo um ano e quatro meses. O que é irrisório diante de uma atitude tão covarde como essa”, afirmou o advogado.
Ele também ressaltou que, embora o caso gere comoção nacional e deva incentivar mudanças na legislação, é necessário que eventuais projetos de lei sejam bem fundamentados, sem decisões precipitadas.
“É preciso distinguir exatamente o que é maltrato do que não é. Não são todas as cavalgadas que acontecem isso. Eu convivo com cavalos desde a infância, participo de cavalgadas, cuido dos meus animais, e nunca vivi nada parecido com isso”, completou Velásquez.
Investigação em andamento
A Polícia Civil continua apurando os detalhes do caso, incluindo o momento exato da morte do animal e a conduta de Andrey. Até o momento, ele não foi preso. Segundo a lei brasileira, maus-tratos a animais domésticos, silvestres ou exóticos são crimes, com penas que podem incluir detenção e multa.
O caso levanta questionamentos sobre o limite entre tradição e responsabilidade no trato com animais, e reacende o debate sobre a necessidade de revisão nas penas previstas para crimes dessa natureza.
Da redação do Jornal Panorama/ com informações e foto das redes sociais/ vídeo: Gustavo Velásquez
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