A Justiça da Alemanha decidiu nesta quarta-feira (20) que o Memorial do antigo campo de concentração de Buchenwald, no leste do país, tem o direito de proibir a entrada de visitantes que utilizem kufiyas, lenços tradicionalmente associados à causa palestina, quando estes forem usados com intenção de manifestação política. A decisão foi motivada por uma ação judicial movida por uma mulher que tentou ingressar no local durante as comemorações pelos 80 anos da libertação do campo, em abril deste ano, usando o acessório como forma de protesto contra a política israelense.
Segundo o tribunal de Weimar, a visitante admitiu que queria expressar oposição ao que considera uma posição unilateral do memorial em apoio ao governo de Israel. A Justiça avaliou que essa manifestação compromete o sentimento de segurança de judeus presentes no local, especialmente em um espaço destinado à memória das vítimas do nazismo.
O diretor do memorial, Jens Christian Wagner, declarou que houve episódios recentes de manifestações no local promovidas por visitantes vinculados ao movimento de solidariedade à Palestina, que usaram símbolos considerados anti-israelenses e, em alguns casos, antissemitas. Ele afirmou que, embora o uso do kufiya não esteja proibido no memorial, o acessório se torna problemático quando utilizado com a finalidade de transmitir mensagens políticas que relativizem os crimes cometidos pelo regime nazista.
Entre 1937 e 1945, cerca de 56 mil pessoas morreram no campo de Buchenwald, incluindo judeus, ciganos, prisioneiros políticos, homossexuais e soviéticos capturados durante a Segunda Guerra Mundial.Da redação Jornal Panorama
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