Os Estados Unidos cancelaram a realização da Conferência Espacial das Américas, que seria organizada em parceria com a Força Aérea Brasileira (FAB), e indicaram que também devem ficar de fora da Operação Formosa, o principal exercício militar da Marinha do Brasil. A decisão acende um alerta no Ministério da Defesa, que tenta preservar a cooperação militar bilateral em meio à crise política e econômica entre os governos de Lula e Donald Trump.
A Conferência Espacial, prevista para ocorrer entre 29 e 31 de julho em Brasília, foi oficialmente cancelada pelos EUA no último dia 23, segundo nota da FAB. O evento reuniria países do continente para discutir cooperação no setor espacial, em áreas como defesa, telecomunicações e pesquisa.
A possível ausência dos fuzileiros navais americanos na Operação Formosa, que ocorre anualmente em Formosa (GO) e mobiliza cerca de 2.000 militares brasileiros, também preocupa a Defesa. Nos últimos dois anos, os EUA participaram com tropas ativas. Em 2024, a operação teve, pela primeira vez, a presença conjunta de militares dos EUA e da China. Este ano, os chineses também não enviarão tropas.
Fontes militares brasileiras indicam que a decisão dos EUA pode estar ligada ao estreitamento dos laços militares do Brasil com a China. Há ainda resistências internas no governo brasileiro à participação americana em meio às sanções aplicadas contra autoridades brasileiras, como o ministro do STF, Alexandre de Moraes.
Apesar dos gestos de afastamento, a cooperação militar bilateral não foi rompida. Os EUA participaram recentemente do Exercício Conjunto Tápio, em Campo Grande (MS), e está em andamento o planejamento da Operação Core 2025, exercício previsto para novembro. A visita recente do chefe do Comando Sul dos EUA, almirante Alvin Holsey, ao Brasil teve agendas canceladas, indicando mal-estar entre os dois países.
Da redação Jornal Panorama
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