O município de Alagoa, no sul de Minas Gerais, continua revelando sua riqueza cultural ao mostrar que é muito mais do que a terra do queijo. Em meio às montanhas e tradições centenárias, destaca-se a história das irmãs Dilza e Dilceia Ramos, que mantêm viva uma prática herdada dos avós: a produção artesanal de farinha utilizando ferramentas como o monjolo e o moinho, símbolos de um modo de vida enraizado na simplicidade e na sabedoria popular.
A atividade, passada de geração em geração, representa um verdadeiro legado cultural. O uso do monjolo — equipamento movido pela força da água — e do moinho manual revela a resistência de técnicas que sobreviveram ao tempo e à modernização. Para Dilza e Dilceia, preservar esse saber é mais do que produzir farinha: é honrar a memória da família, manter viva a história da comunidade e ensinar às novas gerações o valor do trabalho artesanal e da conexão com a terra.
Em Alagoa, o legado das irmãs Ramos é um exemplo da diversidade cultural que Minas Gerais abriga. A produção de farinha artesanal não apenas resgata práticas tradicionais, mas também fortalece o sentimento de pertencimento e identidade local. A continuidade dessa atividade mostra como o patrimônio imaterial pode ser preservado por meio do cotidiano, da oralidade e do fazer manual, resistindo às transformações do mundo moderno.
A história de Dilza e Dilceia é um testemunho da força das raízes culturais de Alagoa. Ao manter viva a tradição dos avós, elas transformam o ato de produzir farinha em um gesto de resistência, memória e afeto. A cidade, com sua autenticidade e riqueza de saberes, reafirma seu papel como guardiã de legados que vão muito além da produção de queijo, revelando um território onde o passado e o presente se encontram em harmonia.
Da redação do Jornal Panorama
Com informações imagem: Emater – MG
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