O Brasil iniciou o ano de 2025 com uma redução significativa nos casos de dengue em comparação com o ano anterior, conforme dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde divulgados até o início de agosto. Foram registrados 1.642.986 casos prováveis, com 1.558 mortes confirmadas e 433 óbitos em investigação.
Esse número representa uma queda de 74,2% em relação ao mesmo período de 2024, quando o país enfrentou 6.363.431 casos prováveis e 6.159 mortes. O estado de São Paulo lidera o ranking nacional com 892.862 casos confirmados, 1.056 óbitos e outros 156 em investigação.
O ano de 2024 foi o pior da história do país em relação à dengue. Até 7 de outubro, foram contabilizados 6,5 milhões de casos prováveis, com 5.536 mortes confirmadas e 1.591 em investigação. Esse total foi quatro vezes maior que o registrado em 2023. Naquele ano, o Brasil já havia superado o número de óbitos dos oito anos anteriores somados, encerrando com 6.264 mortes.
Especialistas apontam que fatores como desigualdade social, ausência de saneamento básico, moradias precárias e infraestrutura urbana deficiente contribuem diretamente para a disseminação da doença. A presença de criadouros do mosquito Aedes aegypti em áreas vulneráveis intensifica o risco de surtos.
Para enfrentar a epidemia, o Ministério da Saúde adotou diversas medidas em 2025, entre elas:
- Ativação do Centro de Operações de Emergência para Dengue e Arboviroses (COE-Dengue);
- Distribuição de 4,5 milhões de testes de diagnóstico;
- Expansão do método Wolbachia em 44 cidades;
- Visitas técnicas e articulações com entidades científicas e sociedade civil.
A vacina contra a dengue tem sido apontada como uma estratégia essencial de prevenção. Segundo o infectologista Fernando Chagas, “é uma vacina maravilhosa, tem uma proteção de mais de 95%. Pena que tem muito pouco. Mas é importante que os adolescentes sejam vacinados, porque a gente já tira uma importante população, muito acometida pela doença, do alvo. Fato é que estamos aguardando que essa vacina impacte positivamente na diminuição de casos de dengue que, especialmente nesses dois últimos anos, têm se apresentado com números cada vez maiores.”
Desde dezembro de 2024, a vacina Qdenga foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS), com esquema de duas doses e intervalo de três meses. A vacinação começou em fevereiro de 2024 com crianças de 10 a 11 anos em 67 municípios. Em seguida, foi ampliada para adolescentes de 10 a 14 anos e, em abril, autorizada para a faixa etária de 6 a 16 anos, conforme disponibilidade de doses.
Apesar da queda expressiva nos casos até agosto de 2025, o país ainda contabiliza mais de um milhão de casos prováveis e centenas de mortes, o que exige a manutenção e intensificação das ações de vigilância, controle vetorial e vacinação. A incorporação da vacina Qdenga ao calendário público representa um avanço, mas sua eficácia depende da ampliação da cobertura vacinal e da garantia de doses suficientes.
O cenário atual é acompanhado por:
- Monitoramento contínuo pelo Observatório de Arboviroses, com dados diários e relatórios semanais por município e estado;
- Ações integradas entre governo, profissionais de saúde e sociedade civil;
- Campanhas de educação em saúde e eliminação de criadouros como base das estratégias preventivas.
O Brasil vive um momento de estabilidade e redução nos casos de dengue em 2025, mas permanece em estado de alerta. A vacina surge como ferramenta promissora e eficaz, segundo especialistas, e precisa ser acessível e amplamente aplicada. A continuidade das medidas de controle e vigilância é fundamental para consolidar os avanços e evitar novas epidemias.
Da redação do Jornal Panorama
Com informações: Brasil 61
Imagem: Freepik/Imagem Ilustrativa
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