Celebrar os 50 anos do nosso jornal é muito mais do que relembrar a trajetória de uma publicação: é revisitar as transformações que marcaram o Brasil e o mundo ao longo de meio século. Desde sua fundação, o jornal tem sido testemunha e registrador de momentos históricos, avanços sociais, marcos culturais e grandes acontecimentos internacionais.
A seguir, uma retrospectiva das últimas cinco décadas — uma viagem pela história que o jornal ajudou a contar, sempre comprometido com a informação e com seus leitores.
Década de 1970
Foi um período marcado por mudanças importantes no Brasil. Houve a união dos estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, formando o atual estado do Rio de Janeiro, e a criação do estado do Mato Grosso do Sul. No campo legal, foi aprovada a emenda que instituiu o divórcio no país, e a Lei Falcão passou a vigorar, alterando as regras da propaganda eleitoral no rádio e na televisão.
Na economia, houve avanços importantes: a Fiat inaugurou sua fábrica em Betim (MG), iniciando a produção nacional de veículos, e a Embraer realizou sua primeira exportação de aeronaves, ampliando a presença brasileira na indústria aeroespacial.
O país também assinou um acordo nuclear com a Alemanha Ocidental, simbolizando a busca por desenvolvimento tecnológico. Na cultura, Rachel de Queiroz se tornou a primeira mulher eleita para a Academia Brasileira de Letras. No esporte, Pelé se despediu oficialmente dos gramados em um jogo histórico.
A educação também avançou com o lançamento do Telecurso 2º Grau pela Fundação Roberto Marinho e pela Fundação Padre Anchieta, ampliando o acesso à educação a distância. Ainda nesse período, foi promulgada a Lei da Anistia, que abriu caminho para o processo de redemocratização do país. A presidência foi assumida por João Figueiredo, que deu continuidade à chamada abertura política. No Senado, uma mulher ocupou uma cadeira pela primeira vez.
No cenário internacional, a Guerra do Vietnã chegou ao fim, marcando o encerramento de um dos mais longos e intensos conflitos do século. Também foi neste período que ocorreu a morte de Vladimir Herzog, importante nome do jornalismo brasileiro.
Década de 1980
A década foi marcada por grandes contrastes. Enquanto o Brasil vivia uma grave crise econômica, com inflação elevada, recessão e desemprego — tornando-se conhecida como a “década perdida” —, a cultura, a ciência e o esporte ganhavam força e visibilidade.
A música pop conquistou o mundo, com o surgimento de ícones como Michael Jackson e Madonna. Nos lares, o videocassete tornou-se popular, permitindo o acesso a filmes fora das salas de cinema. O Nintendo Entertainment System revolucionou os videogames, enquanto os fliperamas, com jogos como Pac-Man e Space Invaders, se consolidaram como locais de lazer entre os jovens.
A moda fitness ganhou espaço, impulsionada por vídeos de aeróbica, como os de Jane Fonda. Leggings, polainas, faixas de cabelo e marcas como Nike e Adidas passaram a dominar o vestuário de quem buscava um estilo de vida saudável.
Na música, o rock nacional ganhou espaço, e o assassinato de John Lennon causou comoção mundial. A medicina deu um passo importante com a identificação do vírus HIV, ainda que o estigma social tenha sido um obstáculo para o combate à doença.
Na ciência, a Nasa lançou o ônibus espacial Challenger, cujo trágico acidente chocou o mundo. No esporte, Ayrton Senna despontava como um dos maiores nomes da Fórmula 1, iniciando uma das maiores rivalidades da categoria com Alan Prost.
No cenário internacional, a queda do Muro de Berlim simbolizou o fim da divisão entre as Alemanhas Oriental e Ocidental, marcando o encerramento da Guerra Fria. Ainda nesta década, o Papa João Paulo II sobreviveu a um atentado durante uma audiência pública no Vaticano, um evento de forte impacto global.
Década de 1990
A economia brasileira passou por uma transformação decisiva com a implementação de um novo plano que buscava o controle da inflação. Foi um período de estabilidade após anos de incertezas econômicas. No futebol, o Brasil comemorou a conquista de mais uma Copa do Mundo, trazendo grande alegria nacional.
No campo jurídico, o país avançou na proteção à infância com a sanção do Estatuto da Criança e do Adolescente, que se tornou um marco nos direitos das crianças e adolescentes brasileiros.
O Brasil viveu momentos de luto com a morte trágica de Ayrton Senna, em plena carreira, e, mais tarde, com o acidente aéreo que vitimou todos os integrantes do grupo musical Mamonas Assassinas.
Bandas de rock nacional dominaram as paradas: Raimundos, Titãs, Ira!, Capital Inicial, Paralamas do Sucesso, Kid Abelha, Legião Urbana, Sepultura, Skank, Engenheiros do Hawaii, Nação Zumbi, Pato Fu, Planet Hemp e Charlie Brown Jr. marcaram a cena musical da década.
No exterior, a tecnologia ganhava espaço com a comercialização da soja geneticamente modificada, o lançamento do primeiro PlayStation e o sucesso de filmes como “Parque dos Dinossauros”. A Microsoft lançou um sistema operacional revolucionário, e a clonagem da ovelha Dolly surpreendeu o mundo com as possibilidades da ciência genética.
Década de 2000
Com a virada do milênio, o mundo acompanhou o chamado “bug do milênio”, e logo depois, os atentados ao World Trade Center, nos Estados Unidos, causaram impactos profundos nas relações internacionais.
O Brasil elegeu pela primeira vez o operário Lula à presidência da República, após diversas tentativas, e o país passou a investir fortemente na produção de biocombustíveis, na exploração da camada do pré-sal e atingiu a autossuficiência em petróleo.
No campo internacional, o Brasil se destacou por sua postura diplomática em relação ao golpe militar em Honduras e pela recepção ao presidente do Irã, conhecido por declarações controversas sobre o Holocausto e os atentados terroristas.
Um terremoto seguido de tsunami no Oceano Índico causou destruição em larga escala, deixando milhares de mortos e gerando uma grande mobilização humanitária internacional.
Novas pandemias marcaram o final da década: surgiram surtos de SARS, gripe aviária e a Gripe A. A internet cresceu rapidamente com o lançamento de navegadores como Safari, Mozilla Firefox e Google Chrome, além da popularização do YouTube, que transformou o consumo de vídeos online.
O Papa Bento XVI visitou o Brasil, em um dos momentos mais marcantes da década para os católicos.
Década de 2010
O mundo viveu grandes acontecimentos políticos e sociais. Nos Estados Unidos, Trump foi eleito presidente e, posteriormente, enfrentou processos de impeachment. O mesmo país vivenciou o episódio do motim no Capitólio, que gerou debates sobre a democracia americana.
A guerra civil na Síria teve início, provocando uma das maiores crises humanitárias do século. Ataques terroristas em Paris comoveram o mundo, e a morte de Nelson Mandela foi lembrada com homenagens em todos os continentes.
O Talibã retomou o controle do Afeganistão, e a SpaceX realizou sua primeira missão tripulada à Estação Espacial Internacional, um marco para a indústria espacial privada.
No esporte, os Jogos Olímpicos de Tóquio, adiados, foram realizados com medidas especiais. E, no final da década, teve início o conflito entre Rússia e Ucrânia, que viria a marcar o início da década seguinte.
Década de 2020
A década começou com o mundo enfrentando a pandemia de COVID-19, que levou a decretos de emergência e transformou a vida em escala global. Após anos de enfrentamento, a OMS decretou o fim da emergência de saúde pública.
O Brasil reelegeu pela terceira vez o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto no cenário internacional, Emmanuel Macron foi reconduzido ao cargo na França. O planeta atingiu a marca de 8 bilhões de habitantes.
Grandes perdas marcaram o período: morreram Pelé, a Rainha Elizabeth II, Silvio Santos, o Papa emérito Bento XVI e, recentemente, o Papa Francisco, sendo sucedido por Leão XIV.
A Copa do Mundo foi realizada no Catar, e os Jogos Olímpicos retornaram à capital francesa. Também houve um surto mundial de varíola dos macacos e uma tentativa de golpe no Sudão. Carlos III foi coroado rei do Reino Unido.
O sistema operacional Windows 10 teve seu suporte encerrado, marcando o fim de uma era digital.
O jornal que acompanhou tudo isso com você
Durante essas cinco décadas, nosso jornal esteve presente na história. Foram páginas e mais páginas registrando não apenas os grandes fatos, mas também os acontecimentos que moldaram o cotidiano das pessoas.
Cada notícia, cada edição, cada capa — tudo fez parte da construção de uma narrativa coletiva: a do nosso tempo. Hoje, com orgulho, celebramos 50 anos de história, reafirmando nosso compromisso com a verdade, a memória e o futuro
.Por Graziela Matoso





Jornal Panorama Minas – Grande Circulação – Noticiando o Brasil, Minas e o Mundo – 50 anos de jornalismo ético e profissional