A influenciadora Kendra Hilty ganhou notoriedade no TikTok ao compartilhar a série “Eu me apaixonei pelo meu psiquiatra”, que ultrapassou milhões de visualizações. Ao longo de 25 vídeos, ela narrou o envolvimento emocional com seu primeiro terapeuta humano, relatando que se sentiu manipulada e que os limites profissionais foram ultrapassados. A situação gerou empatia até ela revelar que seu novo terapeuta era, na verdade, uma inteligência artificial do ChatGPT, chamada por ela de “Henry”.
Após a revelação, Hilty passou a ser alvo de ataques e ameaças violentas, o que a levou a tornar sua conta no Instagram privada e desativar comentários nas redes sociais. Ela afirma que o episódio afetou sua vida pessoal, com o afastamento de pessoas próximas. Apesar disso, recebeu mensagens de apoio, inclusive de conhecidos que não via há anos.
Nos vídeos, Kendra afirma que seu primeiro terapeuta teria mantido o vínculo mesmo após ela declarar seus sentimentos, atitude considerada inadequada na prática profissional. Posteriormente, ela passou a conversar com a IA Henry, com quem também afirma ter desenvolvido sentimentos, embora de forma distinta. Segundo Hilty, foi graças à IA que ela aprendeu sobre contratransferência — fenômeno em que o terapeuta pode desenvolver sentimentos pelo paciente.
Especialistas alertam que o uso de inteligências artificiais como substitutos terapêuticos não é indicado. Essas ferramentas não têm formação clínica, não oferecem suporte em crises, não acompanham a evolução do paciente nem garantem o sigilo e a personalização do tratamento, além de não possuírem empatia ou linguagem não verbal.
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Da Redação com informações do portal Estado de Minas
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