Um levantamento realizado pelo grupo Livres revelou que o Brasil está entre os países com maior disparidade salarial entre agentes públicos e a população. Em Brasília, políticos e magistrados federais recebem vencimentos até 23 vezes superiores à renda média do cidadão brasileiro, de acordo com dados de 2024.
Segundo o Índice de Disparidade Salarial 2025, o presidente da República, deputados federais e ministros de tribunais superiores recebem cerca de R$ 44 mil por mês, enquanto a renda domiciliar per capita nacional é de R$ 2.069. Juízes federais, em média, receberam R$ 48,6 mil, podendo ultrapassar o teto constitucional com adicionais. Houve casos isolados de vencimentos que chegaram a R$ 444 mil no ano passado.
O Brasil aparece em terceiro lugar no ranking de desigualdade entre os 17 países analisados, atrás apenas do México e da África do Sul. Em comparação, presidentes e parlamentares do Chile e da Argentina ganham, respectivamente, 13,7 e 4,5 vezes mais que a média da população de seus países.
Especialistas alertam que essa disparidade pode gerar desconfiança nas instituições e nos serviços públicos, uma vez que os gestores mais bem remunerados não dependem das mesmas estruturas utilizadas pela maioria da população. A professora da FGV, Cibele Franzese, avalia que o caso do Judiciário é ainda mais grave por causa dos chamados “supersalários”, que extrapolam o teto previsto em lei.
O estudo baseia-se em dados da Pnad Contínua (IBGE) e de institutos de estatísticas estrangeiros. Embora a remuneração elevada seja considerada compatível com a responsabilidade dos cargos, especialistas defendem uma revisão da efetividade do gasto público em relação à entrega de serviços à sociedade.
Da redação com informações da Prefeitura de Brasília
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