O alto comissário para Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Volker Turk, lançou um apelo urgente pelo fim do conflito em Gaza e repudiou o anúncio do governo israelense de uma possível ação militar na Faixa de Gaza. “A guerra em Gaza deve terminar agora. Israelenses e palestinos podem viver lado a lado pacificamente. E qualquer plano de tomada militar da Faixa de Gaza deve ser interrompido imediatamente”, declarou Turk nesta quinta-feira.
O representante da ONU enfatizou que a escalada militar contraria decisões da Corte Internacional de Justiça que defendem a solução de dois Estados — israelense e palestino — coexistindo em paz. Segundo ele, uma ofensiva israelense agravaria ainda mais a crise humanitária, gerando deslocamentos forçados em massa, mortes, destruição sem sentido e crimes atrozes.
Segundo ele, em vez de intensificar a guerra, Israel deveria concentrar todos os seus esforços em salvar as vidas dos civis de Gaza, permitindo o fluxo total e irrestrito de ajuda humanitária.
Reféns e detenções: pedido de libertação imediata
Turk também destacou a necessidade de libertação imediata e incondicional dos reféns israelenses capturados desde 7 de outubro de 2023, quando o Hamas lançou ataques contra Israel. Além disso, o alto comissário exigiu que os palestinos detidos arbitrariamente por Israel também sejam soltos sem condições.
Desde o início do conflito, agências humanitárias vêm alertando para a grave catástrofe causada pelos bombardeios israelenses, pelas ordens de evacuação em massa e pelas restrições ao acesso de ajuda. Os impactos são sentidos diretamente na população civil, com relatos de falta de alimentos e suprimentos básicos.
Crise humanitária e saúde em colapso
Funcionários da ONU em Gaza relatam dificuldades para encontrar alimentos suficientes para atender à população, segundo dados da Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA). Apesar do anúncio israelense, em 27 de julho, de pausas militares diárias para facilitar a ajuda humanitária no oeste de Gaza, a distribuição de suprimentos continua muito limitada, conforme trabalhadores humanitários.
Na área da saúde, a situação é igualmente crítica. O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus, informou que, no último mês, quase 12 mil crianças menores de cinco anos foram diagnosticadas com desnutrição aguda — o maior número mensal já registrado na região desde o início do conflito.
Da Redação do Jornal Panorama
Com as informações das Nações Unidas
Foto: UN Photo / Loey Felipe
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