Caso se confirme a projeção mais recente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil poderá alcançar uma produção inédita de 336,1 milhões de toneladas de grãos na safra 2024/2025. A estimativa foi divulgada na quinta-feira, 12 de junho, no 9º Levantamento da Safra de Grãos. O volume representa um acréscimo de 13% — ou 38,6 milhões de toneladas — em relação ao ciclo anterior, impulsionado por produtividade média de 4.108 quilos por hectare e aumento de 2,3% na área plantada, que chega a 81,8 milhões de hectares. Apesar do desempenho promissor, entidades do setor agrícola manifestam preocupação com os impactos logísticos decorrentes da greve de categorias estratégicas, que podem comprometer o escoamento e distribuição da produção.
O milho, destaque da segunda safra, tem produção estimada em 128,3 milhões de toneladas, das quais 101 milhões devem ser colhidas apenas neste ciclo — um crescimento de 12,2% em relação à segunda safra anterior. A colheita já começou nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Tocantins, Maranhão e Paraná. Segundo a Conab, o desempenho positivo é resultado do manejo técnico adequado e do clima favorável. Na produção de algodão, cuja colheita atingiu 1,4% da área plantada, a expectativa é de 3,9 milhões de toneladas, 5,7% acima da safra 2023/24, ainda que chuvas irregulares estejam impactando levemente a produtividade.
Com colheita praticamente encerrada, o arroz deve registrar uma produção de 12,15 milhões de toneladas, o que representa crescimento de 14,9% em comparação ao ciclo anterior. Já o feijão, dividido em três safras ao longo do ano, tem produção total projetada em 3,17 milhões de toneladas. A primeira safra já foi colhida, somando 1,1 milhão de toneladas; a segunda está em andamento em estados como Paraná (98%) e Minas Gerais (74%), e a terceira segue em fase de plantio. A soja, cuja colheita foi concluída, lidera em volume com 169,6 milhões de toneladas, superando o recorde anterior em 21,9 milhões de toneladas. A Conab credita o avanço ao uso intensivo de tecnologias e às condições climáticas favoráveis. No entanto, especialistas alertam que a continuidade da greve em setores logísticos e de fiscalização pode colocar em risco o abastecimento interno e o escoamento da produção, especialmente de itens essenciais ao mercado doméstico, como arroz e feijão.
Por Eduardo Souza
Com informações: Agência Brasil
Foto: CNA/ Wenderson Araujo/Trilux
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