O Brasil alcançou, nesta sexta-feira, 6 de junho de 2025, uma importante conquista histórica para o setor agropecuário. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante sua visita a Paris, recebeu oficialmente a certificação da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), atestando que o país é livre da febre aftosa sem a necessidade de vacinação. Esta certificação é aguardada há mais de 60 anos e abre novos horizontes para o Brasil, que já é o maior exportador de proteínas animais do mundo, permitindo ao país ampliar suas exportações e fortalecer sua posição no mercado global.
A entrega do documento foi realizada pela diretora da OMSA, Emmanuelle Soubeyran, e também contou com a presença do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. Ao receber a certificação, Lula ressaltou a relevância desta conquista, não apenas para o agronegócio brasileiro, mas também para a imagem do país no cenário internacional. “É o reconhecimento da robustez e da confiabilidade do nosso sistema de defesa agropecuária”, afirmou o presidente.
Em sua fala, Lula destacou que a eliminação da febre aftosa no Brasil não é apenas um feito histórico, mas também um grande desafio para a continuidade da proteção sanitária. “Mesmo sem a vacinação, está comprovado que a febre aftosa não circula em nosso país. E cabe a nós não permitir que volte a circular nos nossos territórios”, completou.
A certificação é um marco que remonta a 1998, quando os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina foram os primeiros a serem reconhecidos como zonas livres da doença. Para a presidente da OMSA, o Brasil “está pronto para ir adiante”, e a conquista resulta de um planejamento estratégico e de muito trabalho, que envolveu diversos estados e entidades brasileiras.
Carlos Fávaro, por sua vez, destacou o avanço do Brasil nos últimos anos, principalmente no que tange à questão sanitária, e a importância das parcerias tanto internas quanto internacionais. “Ninguém no mundo consegue ter um sistema sanitário tão eficiente e robusto como o brasileiro”, afirmou o ministro, lembrando a longa jornada de mais de 60 anos de combate à febre aftosa, que envolveu campanhas de vacinação e colaborações com países vizinhos como Bolívia, Paraguai, Colômbia, Venezuela e Guiana.
A cerimônia também contou com a presença dos presidentes da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, e da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC), Roberto Perosa, que enfatizaram a importância da certificação para o setor. Santin sublinhou o impacto positivo que a conquista terá na balança comercial do Brasil, enquanto Perosa destacou o número expressivo de exportações realizadas pelo país. “Exportamos 3 milhões de toneladas no ano passado, mas o principal mercado da carne bovina brasileira é o Brasil. Com a certificação, vamos poder aumentar os mercados”, afirmou Perosa.
A febre aftosa, que afeta animais de casco fendido como bovinos e suínos, pode ser rapidamente disseminada sem as devidas medidas de controle, mas o Brasil conseguiu eliminar com sucesso a circulação do vírus, o que permite a certificação sem a necessidade de vacinação.
O evento de certificação foi o terceiro compromisso do presidente Lula no seu segundo dia de agenda oficial na França, após a visita à exposição “Nosso Barco Tambor Terra” e a concessão do título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Paris 8. A visita de Estado de Lula à França, que começou no dia 5 de junho, é histórica, sendo a primeira de um chefe de Estado brasileiro ao país em 13 anos. Ela faz parte de um processo de retomada das relações bilaterais, iniciado com a visita do presidente francês Emmanuel Macron ao Brasil em 2023. Esta é a terceira vez que Lula visita o país, tendo feito viagens anteriores em 2005 e 2009.
Por Eduardo Souza
Com informações e foto: Agência Gov
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