Durante depoimento prestado ao Supremo Tribunal Federal (STF) na sexta-feira, 30 de maio, o governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, afirmou que nunca soube de qualquer intenção de golpe por parte do ex-presidente Jair Bolsonaro após as eleições de 2022. Tarcísio, que foi ministro do governo Bolsonaro e permaneceu próximo ao ex-chefe do Executivo mesmo após eleito governador, prestou esclarecimentos no processo que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado.
A audiência conduzida pela 1ª Turma do STF ouviu testemunhas indicadas exclusivamente pela defesa de Bolsonaro. Entre os depoentes esteve o senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro da Casa Civil, que afirmou ter coordenado o processo de transição de governo a pedido de Bolsonaro. Nogueira negou qualquer tentativa de impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e declarou não ter participado de diálogos com conteúdo golpista.
O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, que também era esperado para depor, foi dispensado a pedido da defesa do ex-ministro Anderson Torres. Já na semana anterior, os ex-comandantes do Exército, general Freire Gomes, e da Marinha, brigadeiro Batista Júnior, haviam confirmado ao Supremo que Bolsonaro e o então ministro da Defesa, Paulo Sergio Nogueira, discutiram com as Forças Armadas a chamada minuta do golpe.
Em 26 de março, a Procuradoria-Geral da República (PGR) encaminhou denúncia ao STF contra Jair Bolsonaro e outras 33 pessoas, por crimes como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e formação de organização criminosa. A PGR afirma que o grupo, liderado por Bolsonaro e seu candidato a vice, Braga Netto, atuou de forma articulada com civis e militares para impedir a validação do resultado eleitoral. Os envolvidos foram organizados em núcleos distintos pela investigação.
Por Eduardo Souza
Com informações: G 1
Foto: TarcisioGDF/Arquivo Pessoal/Instagram
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