O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta quinta-feira (22) manter a prisão preventiva do general da reserva Walter Braga Netto. A medida segue recomendação da Procuradoria-Geral da República (PGR) e ocorre no âmbito das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado que visava impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva após as eleições de 2022.
Braga Netto, que foi candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro, está detido desde dezembro de 2024 e é apontado como um dos principais integrantes do chamado “núcleo 1” da trama golpista, ao lado do ex-presidente e do general Augusto Heleno.
Na decisão, Moraes argumentou que a libertação de Braga Netto poderia comprometer o andamento da ação penal. Ele citou o depoimento prestado ao Supremo nesta quarta-feira (21) pelo ex-comandante da Aeronáutica Carlos de Almeida Baptista Júnior, que relatou ter sofrido ameaças após se posicionar contra os planos golpistas.
“A testemunha de acusação afirmou em seu depoimento que o réu Walter Souza Braga Netto foi responsável por orientar militares golpistas a pressionar a testemunha e a sua família, uma vez que o tenente-brigadeiro Baptista Júnior foi contrário ao plano golpista da organização criminosa”, escreveu Moraes.
“Salientou, ainda, que encerrou suas contas em redes sociais, considerando a intensa pressão exercida pelos militares golpistas, orientados por Walter Souza Braga Netto.”
De acordo com informações da Polícia Federal, Braga Netto também teria atuado para tentar acessar dados sigilosos da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o que configura tentativa de obstrução das investigações.
A defesa do general nega qualquer tentativa de interferência na apuração dos fatos. Mesmo assim, o STF entendeu que sua permanência em liberdade representa risco às testemunhas e ao regular prosseguimento do processo judicial.
Braga Netto permanece preso enquanto o caso segue em tramitação na Corte.
Fonte e foto: Agência Brasil