Cavalo selvagem
não carrega
carga,
canga,
carreto,
carroça;
Não aceita
laço,
baia,
cela,
arreio;
Não lhe fere a boca,
a comida dada,
freio.
Não lhe dói o corpo…
rédeas,
cordas,
cabrestos…
O homem não lhe impôs nada,
não lhe cortou a crina,
ao vento,
não lhe pôs ferraduras,
nos caminhos,
não o ameaçou, com chicote,
a audácia;
não lhe enterrou esporas
no sangue;
não lhe impôs a marcha
no galope.
Relincha alto!
É livre, de uma liberdade sem viseiras.
Tem montanhas e planícies, sem fronteiras…
E mesmo sem nunca tê-lo visto,
o escuto sempre!
Guiomar Paiva, Acadêmica