A produção de queijos na família de Vitor Gomide é mais do que uma simples atividade agrícola – é um legado de gerações, que se reflete na qualidade e reconhecimento de seus produtos. Com 22 tipos de queijos na linha, a queijaria da família Gomide conquistou uma série de prêmios, incluindo honrarias em concursos internacionais, evidenciando o sucesso de um trabalho que une tradição, inovação e dedicação.
A história de Vitor com o queijo tem raízes profundas, que remontam à sua infância. “Minha lembrança com o queijo começou quando eu tinha aproximadamente quatro anos. Minha avó fazia e eu ficava sentado na beira do fogão a lenha. Ela me dava as aparas do meia-cura, que nós produzimos até hoje”, lembra, com carinho, o produtor. Após o falecimento de sua avó, sua mãe, Rita Gomide, assumiu o comando do negócio, que já começava a crescer e ganhar notoriedade na região.
O sucesso da queijaria Gomide, que já é uma das mais reconhecidas de Minas Gerais, é fruto da dedicação incansável da família e das boas práticas adotadas em todas as etapas da produção. A parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) foi crucial para garantir a qualidade do processo, com orientações sobre boas práticas de fabricação, construção e regularização do laticínio. Karina Lopes Chequer, extensionista da Emater-MG, destaca: “Eles começaram com sete queijos e hoje produzem 22 tipos. Isso é fruto da dedicação e do esforço da família, principalmente da dona Rita, que sempre prezou pelas boas práticas. Eu e a equipe local prestamos orientações sobre boas práticas, construção e regularização do laticínio.”
Tradição e inovação
Com a demanda crescente e o desejo de expandir a produção, a família Gomide investiu recursos do Pronaf Mulher (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) para a construção de uma queijaria moderna no sítio Dom Bosco, em Viçosa, Minas Gerais. Vitor, formado em medicina veterinária, retornou ao sítio após a graduação para auxiliar na comercialização e aprimoramento das iguarias produzidas, que atualmente são vendidas na feira local. Seu olhar visionário foi fundamental para o crescimento da queijaria: “Falaram que era melhor não deixar entrar mais dinheiro, mas acreditei no meu instinto e chegamos aonde nós chegamos”, comemora com orgulho.
Além da expansão da produção, a família investiu também na melhoria estrutural do negócio e na aquisição de novos equipamentos para garantir que os queijos continuem a manter os padrões de qualidade que conquistaram prêmios importantes. Entre os reconhecimentos, destacam-se o título de Melhor Queijeiro do Brasil, a medalha Super Ouro no Concurso Mundial do Queijo Brasil e a medalha de prata no 3º Mundial de Queijo. Essas premiações são o reflexo de um trabalho bem feito, que combina experiência, conhecimento técnico e uma forte conexão com a terra.
Trabalho em família
A produção de queijos de qualidade na queijaria Gomide não é apenas uma responsabilidade profissional; é também uma questão de honra familiar. O pai de Vitor, Luís Carvalho de Gomide, é o responsável pelo rebanho e tem conquistado diversas vitórias em concursos leiteiros. Rita, a matriarca da família, mantém um controle rigoroso sobre a higiene e a qualidade durante todo o processo de fabricação, sendo peça-chave na excelência dos queijos produzidos.
Em homenagem à força e dedicação de sua mãe, Vitor criou um queijo especial chamado Dona Onça, que simboliza a pelagem da onça e reflete as qualidades de sua matriarca. “É uma homenagem à minha mãe pela força, garra, sabedoria e também pela braveza, principalmente em relação à higiene”, brinca Vitor, expressando o quanto a figura materna foi fundamental para o sucesso do negócio.
Além disso, Vitor tem um sonho de passar esse legado adiante. Ele espera que as próximas gerações sigam os passos da família e continuem a tradição. “A trajetória da queijaria é familiar e tento passar isso para minhas filhas. A Lis, a mais velha, já sabe qual é o queijo dela, não apenas pelo nome, mas pelas características dele. A Suri ainda é pequena, mas logo também vai identificar o seu. Espero que elas gostem da atividade, assim como eu”, revela Vitor, com um olhar cheio de esperança para o futuro.
Por Leonardo Souza
Com as informações: Agência Minas
Foto: Emater-MG / Divulgação