Na sexta-feira, dia 28 de março, a Polícia Federal desencadeou a Operação El Paso, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada no contrabando de cidadãos brasileiros para os Estados Unidos. As investigações revelaram um esquema complexo, liderado por pai e filho, que facilitava a entrada ilegal de brasileiros em território americano, cobrando valores que variavam entre U$ 15 mil e U$ 21 mil por pessoa.
O esquema criminoso envolvia a aceitação de veículos como forma de pagamento, transferidos por meio de procurações registradas em cartório para posterior revenda. A organização chegou a alugar um galpão para armazenar a grande quantidade de veículos recebidos e, posteriormente, estruturou uma empresa para comercializar os bens, visando quitar as dívidas decorrentes dos serviços ilegais prestados.
As investigações apontaram que os “coiotes” organizavam viagens para grupos inteiros, incluindo menores de idade, garantindo transporte, passagens e hospedagem até a travessia para os Estados Unidos. Para evitar deportações, os líderes da quadrilha mantinham contato com autoridades mexicanas e contratavam coiotes locais. As vítimas efetuavam o pagamento dos serviços por meio de veículos, imóveis ou transferências bancárias realizadas em contas de familiares.
Entre os anos de 2018 e 2024, mais de 700 brasileiros foram vítimas do esquema, incluindo 227 menores de idade. Os altos valores cobrados sustentavam o luxo dos investigados, que ostentavam carros, imóveis e realizavam viagens internacionais. A Justiça Federal determinou o sequestro de bens móveis e imóveis dos investigados, até o limite de R$ 62.647.200,00 (sessenta e dois milhões, seiscentos e quarenta e sete mil e duzentos reais).
Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva nas cidades de Ipatinga e Bugre, ambas localizadas no estado de Minas Gerais. Os investigados poderão responder pelos crimes de contrabando de migrantes e de promover ou auxiliar o envio de crianças ou adolescentes para o exterior em desacordo com as formalidades legais.
Por Eduardo Souza
Com Informações e foto: Polícia Federal